sexta-feira, 8 de abril de 2011

De Verso em Prosa - Poema de Samuel Alencar

FICAMOS SEM TOM

Abriram-se as cortinas do céu
E a ave bateu asas para o além
Foi-se aquele pássaro
Que se voou ultrapassou continentes
E seu canto ecoou no mundo
Tornou-se uma espécie universal
E conquistou confortáveis abrigos
Mesmo fora de seu ninho
Mas nunca esqueceu seu torrão
Sua rota sempre foi à qualidade
E o ritmo de seu canto
Foi à simplicidade e o bom gosto
Mas mesmo assim,
Não conseguiu escapar
Dos estilingues maldosos
Com “Pedra de atiradeira”.
Sua floresta está de luto e indefesa
Porque foi ele o seu guardião.
Ipanema encolheu-se em melancolia
Enquanto a pedra de Gávea chorava
E o mar cantava “Desafinado”.
Na cadência do “Samba de Uma Nota Só”,
“O Samba do Avião”, que cruzava o céu
Sobre o cume do “Corcovado”.

Autor: Samuel Alencar, integrante da ACLA, e titular da cadeira 7.


“Só a única verdade me tiraria desse imenso palco, onde representei tão bem, ao equivalente a vida real”.

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