sexta-feira, 18 de março de 2011

De Verso em Prosa - Poemas e Devaneios

DILETA HELPP


Eu nunca fiz um poema a você
Porque as palavras do meu vocabulário
Não traduzem fielmente
Todo o meu autêntico sentimento.
Recorri a todas as classes de palavras
E cheguei a triste conclusão:
Os artigos indefinidos ou definidos
São insuficientes para determinar o teu gênero.


Os substantivos concretos ou abstratos
São desprovidos de afeto
Enquanto meu amor é concreto.


Os adjetivos qualitativos ou de aparência,
Modal ou de estado, não qualificam
Os teus inúmeros predicativos.


Os pronomes, sejam possessivos ou demonstrativos
Pessoais, retos ou oblíquos
Jamais substituirão o teu nome.
Os numerais , sejam cardinais ou ordinais
Fracionários ou multiplicativos são ínfimos
Para a quantidade de meu afeto por você


Os advérbios, de modo, de lugar, de dúvida
Muito menos os de intensidade
Não podem afirmar (ação) o quanto eu te amo


As preposições que relacionam dois termos
Serviram apenas para eu me relacionar eternamente
Com meu pronome de tratamento: Você


Já as conjunções que relacionam as orações
- Gramatical é claro- coordenadas ou subordinadas
Ligam-me permanentemente a você.


Os verbos, os de ação não tem a força que desejava
Já os verbos nominais me ajudaram: a ESTAR, FICAR
CONTINUAR, PERMANECER contigo ( meu pronome oblíquo)


Restou-me apenas a INTERJEIÇÃO
Mesmo não sendo uma classe gramatical
Com ela eu posso gritar teu nome
SOCORRRRRRRRRRRRRRRRRO!


Colaboração: Samuel Alencar, integrante da ACLA. Homenagem ao Mês Internacional da Mulher.

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